Várias gerações de sabiás já nasceram aqui, algumas vezes dentro do meu ateliê. Alguns casais de pais eram muito agressivos, outros tranquilos. Os pais destes últimos, com ninho numa viga do telhado da lavanderia, eram de trato bem amigável; não atacaram ninguém em nenhum momento. Os filhotes, agora taludos, ainda não arribaram. Talvez pelo jeito de caverna que minha casa tem, com muitas árvores à volta, frutinhas e minhocas no quintal, sentem-se aqui muito à vontade. À tardinha, quando em geral vou aguar um pouco a pitangueira pejada de rebentos ainda verdes, aparecem os três para tomar banho. Um deles, o mais gordinho, gosta, além da chuveirada, de chapinhar na poça que se forma no pé da arvorezinha.