segunda-feira, 24 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
versos perdidos
Quando minha irmã morreu, lá se vão 37 anos, suas meninas não encontraram uma única linha das muitas que sabiam que ela escrevia. Imaginaram e lamentaram que a mãe, pressentindo o fim, tivesse escolhido não deixar vestígios da intimidade de seu espírito. Para mim também estava claro que ela escrevesse, porque uma vez me contou, a propósito de nosso aluamento comum, que encontrara entre suas coisas uns versos escritos com sua caligrafia, e ficara sem saber se eram dela ou se os copiara de algum livro. Por alguma razão ela me disse os versos e eu os retive na memória, sem nunca tê-los lido ou transcrito da fala de minha irmã. São estes:
"Essa que te segue calma
pela areia deslizando
não é tua sombra, é minh'alma
que teus rastros vai beijando".
A irmã de que falo é essa polaquinha em primeiro plano, a segunda menina da esquerda para a direita.
"Essa que te segue calma
pela areia deslizando
não é tua sombra, é minh'alma
que teus rastros vai beijando".
A irmã de que falo é essa polaquinha em primeiro plano, a segunda menina da esquerda para a direita.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
"Desamparo"*
"Digo-te que podes ficar de olhos fechados sobre o
[meu peito,
porque uma ondulação maternal de onda eterna
te levará na exata direção do mundo humano.
Mas no equilíbrio do silêncio,
no tempo sem cor e sem número,
pergunta a mim mesma o lábio do meu
[pensamento:
quem é que me leva a mim,
que peito nutre a duração desta presença,
que música embala a minha música que te embala,
a que oceano se prende e desprende
a onda da minha vida, em que estás como rosa ou
[barco...? "*
*Cecíclia Meireles, In Viagem, Global, São Paulo, 2012.
[meu peito,
porque uma ondulação maternal de onda eterna
te levará na exata direção do mundo humano.
Mas no equilíbrio do silêncio,
no tempo sem cor e sem número,
pergunta a mim mesma o lábio do meu
[pensamento:
quem é que me leva a mim,
que peito nutre a duração desta presença,
que música embala a minha música que te embala,
a que oceano se prende e desprende
a onda da minha vida, em que estás como rosa ou
[barco...? "*
*Cecíclia Meireles, In Viagem, Global, São Paulo, 2012.
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