sexta-feira, 6 de março de 2020

Tia Eunice

Estava ouvindo a Ruth Rocha contar que sua entrada para a literatura infantil (ou literatura para crianças, como ela prefere dizer) se deu por acaso, mas que ela sempre teve certa naturalidade no trato com crianças e que a isto talvez se deva seu sucesso.
Lembrei-me que eu tive a felicidade de conhecer uma dessas pessoas com "naturalidade no trato com crianças": Eunice, essa ainda muito moça da foto, que veio a ser minha tia por consórcio com meu doce tio Darci, o moço ao seu lado, irmão de minha mãe. É impossível descrever a sensação de acolhimento e conforto que experimentava ao estar ao pé dela, eu por volta dos dez anos de idade, ouvindo as estórias e anedotas que contava com uma graça especial enquanto lidava com sua trabalheira sem fim. Com frequência, íamos eu e uma prima passar alguns dias em sua casa, em companhia das primas suas filhas. Dávamos depois um trabalho danado a nossos pais para nos tirar de lá. Penso que ela também por acaso poderia ter enveredado pela literatura para crianças. Pena que não aconteceu. Note-se a doçura dela na foto: não era pose para a posteridade; ela era assim mesmo.

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