terça-feira, 11 de junho de 2024

do meu anedotário de maluca


 Quando idealizei a miniatura do armazém que minha mãe teve durante algum tempo, há mais de sessenta anos, "no mato" do interior do Paraná, quis que ela fosse a mais fiel possível, tanto por dentro quanto por fora, ainda que, depois de acabada, não se possa mais ver seu interior, exceto pelo que aparecerá pelas vidraças e vãos das portas. O que se vê no canto em primeiro plano desta foto é um trecho do balcão com tampa de vidro (acrílico na miniatura), onde ficavam bijuterias, fitas, botões e outras peças de armarinho; no momento de fixá-lo ao chão e ao restante do balcão achei conveniente reforçá-lo com essas laterais triangulares que não havia no original. Depois disso pronto passei a ficar terrivelmente incomodada com a ideia de que minha mãe, ao acessar essa parte do balcão, ficasse obrigada a transpor a lateral e eventualmente tropeçasse nela. Fui dormir pensando que no dia seguinte trataria de serrá-la, com muito cuidado para não estragar o que já tinha me dado tanto trabalho. No dia seguinte, a sensação de desconforto tinha desaparecido por completo e passei a achar a solução das laterais não só funcional, mas também estética. Gosto de pensar que minha mãe me visitou durante o sono para dizer que assim estava bom, que não me preocupasse, que ela tomaria bastante cuidado.

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