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"No largo quintal interiorano
o menino ficou olhando a mulher jogando milho
sobre o mar de penas e bicos.
O menino também quer criar galinhas.
O menino me pergunta
quando teremos um terreiro assim
uma festa assim.
O menino quer
essa graça do céu cacarejante
essas plumagens de anjos coloridos
esse ti-ti-ti bonançoso
esse cardume de sóis barulhentos
essa extravagante felicidade
Mas sou pobre.
Ainda que possa um dia
lhe dar o paraíso das galinhas
não terei como sustentar
o menino do seu olhar"*
*Alcides Villaça, inédito
Que lindo poema! Privilégio ser uma das primeiras a ler. Preciso dar um abraço nesse poeta...
ResponderExcluirGrande abraço, Ayde!
Melancólica e linda felicidade.
ResponderExcluirMyrian