Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta."
BANDEIRA,Manuel, Poesia completa e prosa [do livro Estrela da Manhã], Ed. Nova Aguilar S.A.,Rio de Janeiro, 1985
Os dois últimos versos deste belo poema são para mim um "ovo de Colombo". À matéria não é dado morrer, como se sabe; o que morre de fato é a alma, esse lugar de toda tribulação.
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta."
BANDEIRA,Manuel, Poesia completa e prosa [do livro Estrela da Manhã], Ed. Nova Aguilar S.A.,Rio de Janeiro, 1985
Os dois últimos versos deste belo poema são para mim um "ovo de Colombo". À matéria não é dado morrer, como se sabe; o que morre de fato é a alma, esse lugar de toda tribulação.
Manuel Bandeira, o meu preferido poeta dentre todos! O poema "Desesperança" é maravilhoso! Termina assim: "Ah como dói viver quando falta a esperança!"
ResponderExcluirÉ sempre bom vir aqui! Falamos a mesma língua.
Abraços.
Obrigada, Sonia.
ExcluirBandeira é mesmo um caso sério;não sei se é meu preferido,mas sem dúvida está lá nas alturas.
Abração.
belíssimo!
ResponderExcluir