"Axel não tirava os olhos da cachoeira. A torrente límpida, como uma coluna luminosa por entre o musgo e as pedras, mantinha inalterado seu nobre traçado por todas as horas do dia e da noite. No lugar em que a água ao rolar batia numa pedra, projetava-se uma pequena cascata, que também permanecia imutável como uma rachadura fresca no mármore da catarata. Se voltasse dentro de dez anos, encontraria a cascata inalterada,como uma obra de arte harmoniosa e imortal. Mas ainda assim, a cada segundo, novas partículas d'água eram lançadas por cima da margem, caindo no precipício e desaparecendo. Era um vôo, um turbilhão, uma catástrofe incessante.
Haverá, na vida, pensou ele, fenômenos similares? Há um modo de existir equivalente, paradoxal, um voar e fugir estático, imperturbável, clássico? Na música, existe, e é o que se chama Fuga:
D'un air placide et triomphant,
Tu passes ton chemin, majestueux enfant."
BLIXEN, Karen. In "Os invencíveis senhores de escravos", CONTOS DE INVERNO, Editora 34, Rio de janeiro, 1993
Haverá, na vida, pensou ele, fenômenos similares? Há um modo de existir equivalente, paradoxal, um voar e fugir estático, imperturbável, clássico? Na música, existe, e é o que se chama Fuga:
D'un air placide et triomphant,
Tu passes ton chemin, majestueux enfant."
BLIXEN, Karen. In "Os invencíveis senhores de escravos", CONTOS DE INVERNO, Editora 34, Rio de janeiro, 1993
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