[É preciso envelhecer para entender certas coisas]
"O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo."
Manuel Bandeira, 50 poemas escolhidos pelo autor, Cosac Naify, São Paulo, 2006
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Este poema do Bandeira é lindíssimo, mas já tinha me esquecido, obrigada pela lembrança!
ResponderExcluirum beijo
Ana,
ResponderExcluire o malvado do meu marido me diz que Bandeira e Drummond não precisam de divulgação aqui neste blog
É lindo realmente. Eu acho que estou um tantinho mais velha...
ResponderExcluirhoje esse poema fez tanto mais sentido
:)
Gosto muito de Manuel Bandeira. Seu post me fez ir até a estante, retirar "Estrela da Vida Inteira" e reler algumas poesias. Gosto muito das que estão reunidas em "A Cinza das Horas".
ResponderExcluirFalando em Bandeira, tenho um livro que gostei muito, sobre Manuel Bandeira: "Humildade, Paixão e Morte: A Poesia de Manuel Bandeira", de Davi Arrigucci Jr.- Companhia das Letras. Caso você não conheça, recomendo vivamente.
ResponderExcluirAbraços.
Sonia,
ResponderExcluirconheço, de ouvir falar, esse livro. Mas eu, como diz meu marido, só tenho "um pé na sala": a crítica de poesia já é demais para meus neurônios atrapalhados. Obrigada pela dica, de qualquer forma.