Li outro dia a notícia de que a extensa pesquisa de um estudioso europeu levou-o à conclusão de que, ao contrário do que se alardeia por aí, a obra de van Gogh - sua genialidade - não tinha absolutamente nada a ver com sua loucura. Ora, eu não conheço detalhes nem o mérito e nem mesmo a natureza dessa pesquisa, mas sempre me bastou olhar para a obra de van Gogh para chegar à mesma conclusão . Me parece que se um artista encontra uma forma tão eloquente de expressão, o que, aliás é o que define um artista, isto só pode se dar com a porção mais lúcida de seu ser, ainda que ele tenha uma bela porção de louco varrido.
Nas pinceladas enérgicas e mesmo nervosas de sua fase madura, que o senso comum e bem educado vê como índice de seu destempero, de sua loucura, eu sempre vejo uma enorme alegria, a exultação diante da epifania, a inigualável sensação de poder que imagino ter um artista absolutamente senhor de seus recursos.
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